Bacia do Rio Paraíba dobra volume útil de água

O volume de água na bacia do Rio Paraíba mais que dobrou entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, segundo dados divulgados esta semana pela ANA (Agência Nacional de águas).

Para efeito de comparação, na última quarta-feira, dia 4 de janeiro, o nível dos reservatórios, que englobam as represas de Paraibuna, Santa Branca, Jaguari e Funil (este último já no Estado do Rio de Janeiro) atingiram 49,45% de volume útil. No mesmo dia do ano passado, o nível estava em preocupantes 19,44%.

Individualmente, a represa do Jaguari, que fica em Jacareí, é a que apresenta o maior volume, chegando a 57,33%.

Em seguida, vem o reservatório do Funil, em Resende, já no Vale do Paraíba Fluminense (52,15%), depois Paraibuna (50,37%) e Santa Branca (apenas 16%).

No auge da crise hídrica, em janeiro de 2015,quando a região passou por um atípico período de estiagem quando deveria ser período de muitas chuvas, a represa de Paraibuna, que é o maior reservatório da bacia hidrográfica do Rio Paraíba do Sul, chegou a 0% de sua capacidade e foi preciso utilizar as reservas do volume morto. Jaguari chegou a praticamente zero em dezembro de 2014.

Melhora.

Segundo o engenheiro Luiz Roberto Barretti, que atualmente é membro Comitê das Bacias Hidrográficas do Rio Paraíba do Sul, o nível ainda precisa subir mais. "Antes da crise hídrica, o volume útil chegava a 75%", afirmou ao OVALE.

Apesar disso, o engenheiro comemora a melhora e não acredita que irá faltar água na região durante o período de estiagem, que normalmente começa em março.

"Este ano, as chuvas chegaram um pouco mais cedo e podem ajudar, mas ainda não foram o suficiente. É preciso chover mais na região das represas", disse.

Barretti explica que o principal motivo do aumento do volume útil da Bacia do Rio Paraíba foram as obras estruturais realizadas na barragem de Santa Cecília, localizada no sul fluminense e que abastece a Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Ao todo, a Bacia atende 66 cidades do Rio.

"Foram feitas operações hidráulicas no Rio de Janeiro que ajudaram a diminuir a vazão de água que ia para abastecer aquela região. Cerca de 75% da água que abastece a Região Metropolitana do Rio vem da Bacia do Paraíba", explicou o engenheiro, que já foi vice-presidente do Comitê.

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