Taubaté tem mais de mil casos de dengue

A Vigilância Sanitária de Taubaté divulgou nesta quinta-feira (31) um novo balanço dos casos de dengue. A cidade está com 1.033 casos autóctones confirmados e um caso importado, de janeiro até esta semana.

Taubaté já enfrenta uma epidemia de dengue. De acordo com a Secretaria de Saúde da cidade, foram registrados cem casos confirmados para cada grupo de 100 mil habitantes no início de março. Com a epidemia, é dispensada a realização do exame sorológico.

No relatório, foram contabilizadas 2.271 notificações de suspeitas da doença. Além disso, a cidade está com doze notificações de suspeitas de chikungunya, com cinco casos descartados e sete aguardando o resultado de exames.

Ainda segundo a Secretaria de Saúde, são 34 notificações de casos suspeitos de zika, com um caso confirmado, 18 descartados e 15 aguardando o resultado de exames. Já os quatro pacientes internados em hospitais de Taubaté com a síndrome de Guillain-Barré tiveram descartada a relação com o zika vírus e dengue.

Mapa

Um mapeamento dos casos de dengue neste ano, divulgado pela Vigilância Epidemiológica de Taubaté, mostra as regiões mais afetadas pela doença. Duas delas estão em estado de atenção, concentrando 50% dos casos confirmados.

A cidade foi dividida em seis áreas para as pesquisas da ADL (Análise de Densidade Larvária). A área mais crítica é a região 1, onde estão localizados os bairros Jaraguá, Vila São Geraldo, Parque São Luiz, Areão, Mourisco, Vila das Graças, Vila Rica, Estiva, Parque Aeroporto, Vilage e Portal Mantiqueira. Foram contabilizados 31,64% dos casos.

A área 5, dos bairros Campos Elíseos, Imaculada, Bosque da Saúde, Jardim América, Terra Nova, Três Marias e Chácara Silvestre, concentra 21,62% dos casos de dengue.

Outras regiões

Área 2 – 9,21% Bonfim, Quiririm, Cecap, Santa Tereza, Chácara Flórida.
Área 3 – 18,29% Água Quente, Gurilândia, Ana Rosa Parque Urupês, Santa Clara, Shalon, Vila São José, Maria Augusta, São Carlos
Área 4 – 11,10% Independência, Jardim das Nações, Santa Luzia, Jabuticabeira, Jardim Humaitá, Bom Conselho, Centro
Área 6 – 6,94% Belém, Cidade de Deus, Jardim Paulista, São Gonçalo, Estoril, Barreiro, Cataguá, Marlene Miranda
Zona rural – 1,2%

São José decreta epidemia de dengue

A Prefeitura de São José dos Campos anunciou que há uma epidemia de dengue na cidade. De acordo com informações da Secretaria de Saúde, foram confirmados 665 casos, dos quais 586 contraídos no próprio município e 79 importados.

No ano passado, a cidade havia contabilizado 3.277 casos até março. Neste ano, Taubaté também decretou epidemia da doença.

Segundo o secretário da Saúde, Paulo Roitberg, este ano a situação está mais controlada. "Apesar do município estar em epidemia, os números este ano estão significativamente menores do que em 2015", observou. "O que pode acontecer é um maior número de notificações nos próximos meses porque, a partir da decretação da epidemia, deixamos de fazer sorologia para a dengue. Dessa forma, todos os casos diagnosticados clinicamente passam a ser considerados positivos".

O secretário destacou que a partir da decretação da epidemia, podem ser implementados planos de ação emergenciais. "Continuamos preocupados e temos que intensificar as ações de mutirões e arrastões aos finais de semana". A secretaria já faz uma campanha de combate ao mosquito transmissor da dengue desde outubro de 2015.

Ferramenta
O secretário destacou que o sistema de informatização da saúde ajudou no combate à dengue. Os casos contabilizados são inseridos na plataforma digital e então são planejadas as ações de combate ao Aedes, como nebulização e intensificação de mutirões. "O tempo da informação chegar até a secretaria e ativar a unidade básica de saúde pra que ela consiga absorver aquele paciente doente e acompanhar para evitar a complicação de dele é que foi fundamental. Isso fez com que nós pudéssemos ter um número seis vezes menor de casos neste ano do que em 2015".

H1N1
De acordo com a Secretaria da Saúde, a pasta monitora 10 casos suspeitos de gripe H1N1 em São José dos Campos. Em Caraguatatuba, foram registradas este ano oito notificações. Destes, um é positivo, três são negativos e os outros quatro estão em investigação.

A campanha da vacinação para grupos considerados de risco, como crianças de até cinco anos, gestantes, profissionais da saúde e idosos, começa no dia 30 de abril.

Cientistas revelam estrutura do vírus zika

Um grupo de cientistas americanos determinou a estrutura do vírus zika. De acordo com o estudo, publicado nesta quinta-feira, 31, na revista Science, desvendar a estrutura do vírus é um passo fundamental para o desenvolvimento de vacinas.

O mapeamento da superfície do vírus, feito com uma técnica chamada microscopia crio-eletrônica, revela que a estrutura do zika é muito parecida com a do vírus da dengue, mas com uma diferença fundamental: ele possui em toda sua parte externa uma glicoproteina que pode ser usada para se ligar às células humanas.

Essa variação nas glicoproteínas na superfície do zika, segundo os cientistas poderia explicar a capacidade do vírus para atacar células nervosas e também para causar síndrome de Guillain-Barré, segundo os autores.

O mapeamento, com uma resolução próxima do nível atômico, foi feito por esquisadores da Universidade Purdue (Estados Unidos). O "retrato" do vírus foi feito a partir de uma partícula do vírus, com a técnica de microscopia crio-eletrônica.

O processo envolve o congelamento de partículas do vírus e o seu bombardeamento com elétrons de alta energia. Com isso, a amostra gera dezenas de milhares de imagens micrográficas de duas dimensões, que são combinadas para compor um mapa tridimensional de alta-resolução da aparência do vírus.

A principal diferença observada pelos cientistas em relação a outros vírus semelhantes ao zika está na região das glicoproteínas do envelope externo do vírus - um tipo de proteína que os vírus desse tipo podem utilizar para se ligar às células humanas. Os pesquisadores encontraram 180 deleas na superfície do zika.

Segundo o estudo pode ser importante para o desenvolvimento de vacinas, porque essas glicoproteínas são consideradas um alvo fundamental para a resposta imune contra o vírus. Com isso, as informações podem ser úteis também para desenvolver tratamentos como drogas antivirais e anticorpos que possam interferir nas funções das glicoproteínas do envelope viral.

Além disso, segundo os autores, detalhes sobre as diferenças estruturais entre as proteínas do envelope do zika e do vírus da dengue podem ajudar a produzir novos testes diagnósticos mais específicos, isto é, mais preciso para distinguir a infecção por zika ou por dengue. As informações são da Agência Estado.

H1N1: Ministério libera vacinação antecipada

Diante da antecipação do surto de gripe H1N1 identificada em São Paulo, o Ministério da Saúde vai permitir a antecipação da vacinação contra a doença. Ao contrário do que ocorria em outros anos, Estados interessados poderão começar a imunizar grupos considerados mais vulneráveis antes da campanha nacional, que terá início em 30 de abril.

Assim que o imunizante começar a chegar nos Estados, a vacinação já poderá ser feita, a critério de cada governo. Em São Paulo, o primeiro lote está previsto para ser liberado nesta sexta-feira - nos demais Estados, a partir de segunda.

Cada administração deverá divulgar o calendário que adotará. A estratégia em parte atende a um pedido feito ontem pelo governo de São Paulo. Nos primeiros três meses deste ano, o número de casos registrados de H1N1 já superou o que foi relatado em todo o País entre janeiro e dezembro de 2015. Do começo do ano até o dia 19, foram registrados 305 casos e 46 mortes no Brasil. Em todo o ano passado, houve 141 casos e 36 óbitos. "Foi uma surpresa o surto nesta dimensão. E sobretudo o período", afirmou o coordenador do Controle de Doenças da Secretaria da Saúde de São Paulo, Marcos Boulos.

Na semana passada, com o aumento do número de casos, o Estado solicitou ao Ministério da Saúde o envio de doses da vacina usadas durante a campanha de 2015. Elas foram aplicadas, em caráter emergencial, na cidade de São José do Rio Preto, onde a situação era considerada mais grave. Essa ação teve como objetivo proteger apenas contra o H1N1. Mas os pacientes que receberam o imunizante deverão ainda, em data a ser definida pelo governo, receber o produto mais atual.

O imunizante contra a gripe tem sua composição alterada todos os anos. Ele é feito com base em uma combinação de cepas do vírus da gripe que mais circularam durante o inverno no Hemisfério Norte. Comparando com 2015, duas outras cepas do vírus influenza foram modificadas. "Isso significa que protege contra H1N1, mas não tem a mesma eficácia em relação às outras cepas", disse Boulos.

Colateral

A antecipação traz um efeito colateral: os efeitos do imunizante se estendem pelo período de um ano. Isso significa que, quanto mais cedo a vacina for usada, mais cedo a pessoa se tornará suscetível. "Temos consciência disso. Mas temos uma fogueira queimando. O incêndio tem de ser apagado agora", disse Boulos.

A vacina contra a gripe é produzida pelo Instituto Butantã, em São Paulo. De acordo com o Ministério da Saúde, essa é a razão para o governo paulista receber o imunizante antes de outros Estados. No caso do restante do País, o produto é enviado para Brasília, que se encarrega de fazer a distribuição.

Ao todo, serão seis remessas do imunizante. As primeiras três deverão ser feitas entre os dias 1º e 15 de abril. Nesse período, serão distribuídos 25 milhões de doses, o equivalente a 48% de toda a demanda. São Paulo vai receber neste período 5,7 milhões.

Boulos afirmou que a prioridade na vacinação será dada para grupos de risco na Grande São Paulo - ou seja, para idosos, pessoas com doenças pulmonares ou problemas cardíacos e gestantes.

A mudança da estratégia para vacinação deste ano para H1N1, no entanto, é feita com uma condição. Os Estados deverão reservar pelo menos 30% do total do imunizante para usar no Dia D (30 de abril). O Ministério da Saúde julga indispensável manter a campanha, que todos os anos tem potencial para atingir grande parcela do público-alvo.

Casos

A Região Sudeste concentra a maior parte dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave por H1N1 do País, com 266 registros. Desses, 260 estão no Estado de São Paulo, que relata 38 dos 46 óbitos.

Santa Catarina está em segundo lugar entre os Estados com mais casos, totalizando 14. Na sequência, vem a Bahia com 10 registros. Além de São Paulo, outros cinco Estados tiveram óbitos: Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Ceará. (Colaboraram Paula Felix e José Maria Tomazela). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pesquisas da zika terão verba de R$ 649 milhões

Um cronograma de ações divulgado na quarta-feira, 23, pelo governo federal promete investir R$ 649,1 milhões nos próximos quatro anos em pesquisas sobre o vírus da zika e a microcefalia. As atividades incluem o desenvolvimento de testes diagnósticos e vacinas, o tratamento e a inovação em gestão de serviços de saúde, além de estratégias de combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da zika, além da dengue e da chikungunya.

O anúncio integra as estratégias do Eixo de Desenvolvimento Tecnológico, Educação e Pesquisa do Plano Nacional de Enfrentamento ao Aedes aegypti e à Microcefalia."É um projeto ambicioso, que coloca o Brasil em um patamar de ponta em relação ao mundo todo", disse o ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Celso Pansera.

Os R$ 649,1 milhões virão do Ministério da Saúde, da Educação e da Ciência e Tecnologia. O governo garante que os gastos estão previstos no orçamento e que nenhuma outra pasta ou programa será afetado.

Outros R$ 500 milhões ficarão disponíveis em forma de crédito pelo BNDES. Desse total, o banco oferecerá R$ 350 milhões para concessão de crédito ao setor privado, que poderão ser requisitados pelas empresas do complexo industrial da saúde para desenvolvimento, produção e comercialização de tecnologias para combater as doenças relacionadas ao Aedes. O dinheiro será liberado por meio das linhas e programas tradicionais do BNDES, como o BNDES Profarma (dependendo do subprograma, o prazo de pagamento pode ser de até 15 anos, com carência de 5).

Os demais recursos (R$ 150 milhões) são não reembolsáveis, provenientes do BNDES Funtec, e estão sendo aplicados em duas iniciativas: desenvolvimento da vacina contra a dengue pelo Instituto Butantã (R$ 100 milhões) e plano de ação contra o zika da Fiocruz (R$ 50 milhões), que inclui o desenvolvimento de testes sorológicos e moleculares para diagnosticar a doença, além de pesquisas clínicas e apoio à investigação de medicamentos e vacinas.

O BNDES diz também que "tem condições de ampliar o montante de acordo com a demanda das empresas e entidades do setor público".

Discurso

Em seu pronunciamento, a presidente Dilma Rousseff diz que 93% dos recursos prometidos serão aplicados até o fim do seu mandato. "Em 2018", fez questão de frisar.

O Ministério da Saúde lançou, também ontem, um edital para financiar R$ 20 milhões em pesquisas contra o mosquito nas áreas de controle, diagnóstico, prevenção e tratamento. O ministro Marcelo Castro informou ainda uma nova fase de um estudo com a bactéria Wolbachia - que, quando presente no organismo do Aedes, impede a transmissão de doenças. Segundo ele, representantes da Fundação Bill Gates virão ao Brasil auxiliar nos próximos passos da pesquisa, que deve contemplar uma localidade maior em área e em população do que a Ilha do Governador (RJ) e o bairro Jurujuba, em Niterói, onde já foram realizados testes-piloto.

A presidente Dilma afirmou que o governo está fazendo uma "busca ativa" das crianças com microcefalia que ainda não estão sendo atendidas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

São Paulo registra 157 casos de H1N1

O número de casos registrados de H1N1 no Estado de São Paulo durante os três primeiros meses de 2016 já é superior ao que foi contabilizado em todo o País, durante todo o ano passado. Até agora, foram identificados no Estado paulista 157 pacientes com a infecção pelo vírus. Durante os doze meses de 2015, foram contabilizados 141 casos em todos os Estados do País.

O número de mortes também surpreende. Até agora, foram identificados 30 óbitos no País - nos 12 meses de 2015, foram 30. "Há de fato um aumento de casos da infecção, sobretudo no Centro-Oeste paulista", afirmou o diretor de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch. "Por enquanto, no entanto, não é uma situação de alerta. Estamos acompanhando a situação em todos os Estados", observou.

O número de casos em São Paulo é muito superior ao que foi identificado em outros Estados. Santa Catarina até o momento contabilizou 10 infecções, o mesmo número que a Bahia. Minas teve três registros, enquanto Rio de Janeiro e Pernambuco contabilizaram dois casos, cada um. Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, tiveram também o mesmo número de registros: 1 caso.

Depois de ser identificado e de provocar uma pandemia, em 2009, o H1N1 nunca mais saiu de cena. Ele continua presente em vários países do mundo. Justamente por isso, ele sempre é incluído na fórmula da vacina contra gripe, preparada com as cepas mais frequentes em determinadas regiões.

A vacina deste ano contra gripe deverá mais uma vez incluir o H1N1. O imunizante, no entanto, ainda não está disponível. "Justamente por ser feita com as cepas que mais circulam nos meses anteriores, a vacina é feita sempre numa corrida contra o relógio", conta Maierovitch.

O imunizante que será usado no País levará em sua composição as cepas que mais circularam no Hemisfério Norte. "Não há perspectivas de o produto ficar pronto antes de abril", disse.

Maierovitch afirma haver uma tendência de se tentar, todos os anos, antecipar a vacinação. "Mas não há como isso ser feito. É preciso se aguardar o preparo do imunizante." Não há ainda uma explicação para São Paulo apresentar um aumento de casos, sobretudo nos primeiros meses do ano. Tradicionalmente, o aumento de casos começa nos meses do outono.

O diretor descartou a ligação entre o aumento de casos e a redução da cobertura vacinal. De acordo com ele, as vacinas contra gripe geram uma imunidade que varia entre seis meses e um ano. "Teoricamente, parte das pessoas que se vacinaram já podem estar agora suscetíveis." As informações são da Agência Estado.

SP: cerca de 900 grávidas com suspeita de zika

Pelo menos 900 gestantes do Estado de São Paulo já receberam o diagnóstico suspeito de zika, revelou ontem ao Estado Gizelda Katz, diretora de emergências em saúde do Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual da Saúde. Até agora, nenhum dos fetos desenvolveu microcefalia, mas as mulheres seguem sendo monitoradas, uma vez que a má-formação pode aparecer nos exames somente em estágios mais avançados da gravidez.

No grupo de mulheres que já deram à luz, há 38 casos confirmados de microcefalia com suspeita de ligação com o zika e 112 em investigação no Estado.

De acordo com Gizelda, como ainda não há exames diagnósticos de zika em volume suficiente para testar toda a população com sintomas, as gestantes estão sendo priorizadas. "De casos autóctones de zika confirmados em laboratório temos 101, dos quais 84 são gestantes", contou ela, após participar de evento sobre o zika promovido pelo Instituto Emílio Ribas. Os demais registros ainda estão sendo investigados.

Segundo a diretora, a maioria das gestantes com suspeita da doença é de Ribeirão Preto. "Essa é a região que vai ser o epicentro de zika no Estado. Se formos ver a história da dengue em São Paulo, ela está se repetindo agora com zika. Na década de 90, a primeira transmissão importante de dengue começa lá: Ribeirão Preto, Barretos, São José do Rio Preto, depois ela se espalha. O zika vai repetir a mesma história, talvez um pouco mais rápido", diz.

Segundo a Secretaria da Saúde de Ribeirão Preto, 425 grávidas já receberam diagnóstico suspeito de zika neste ano.

Circulação viral

Outros indícios mostram que o vírus está circulando com mais intensidade em território paulista. Há 20 dias, a Faculdade de Medicina de Jundiaí iniciou uma pesquisa com gestantes saudáveis para comparar com um segundo grupo com sintomas de zika.

Os pesquisadores, no entanto, surpreenderam-se ao verificar que, das 56 amostras colhidas de grávidas sem sintomas, 80% tinham a presença do zika. "Esses resultados são preliminares, estamos repetindo os testes, mas é assustador", disse Saulo Passos, professor de pediatria da faculdade.

Paralelamente ao acompanhamento das gestantes saudáveis, o Hospital Universitário da Faculdade de Jundiaí realizou quatro partos de crianças com microcefalia em apenas 15 dias. Três das mães testaram positivo para zika. "Antes era raríssimo ter um caso desse no hospital", conta Saulo. A análise dos casos é mais um dos trabalhos da Rede Zika, força-tarefa de pesquisadores paulistas.

O diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do ministério, Claudio Maierovitch, afirmou que, se as ações de combate ao mosquito Aedes aegypti não forem suficientes para diminuir os índices de infestação, a epidemia de zika vivida pelo Nordeste no ano passado poderá se repetir no resto do País. "Se nossos esforços não derem o resultado esperado, vamos ter notícias muito ruins no Sudeste e Centro-Oeste", disse. As informações são do Jornal O Estado de S.Paulo.

Vale registra 10 mil casos suspeitos de dengue

Apenas nos dois primeiros meses do ano, as 39 cidades da RMVale registraram quase 10 mil casos suspeitos de dengue, segundo balanço da Secretaria de Saúde do Estado.

Entre janeiro e fevereiro, a região registrou 9.753 notificações da doença -- são os casos suspeitos, que dependem de confirmação de exames clínicos e laboratoriais.

Desse total, 1.002 casos foram confirmados nos primeiro bimestre. O balanço não cita quantos os registros restantes foram descartados e quantos ainda esperavam a confirmação de resultados.

Em todo o Estado, o número de casos suspeitos nos primeiros dois meses era de 92.860, com 21.387 confirmações (20.308 casos autóctones e 1.079 importados).

Em Taubaté, por exemplo, cidade que decretou epidemia de dengue esse mês, o número de notificações até dezembro era 1.455, e o número de casos confirmados estava em 284.

Segundo o último balanço do município, divulgado anteontem, o número de casos já chegou a 749.

Já em São José dos Campos, foram registrados 5.166 casos suspeitos no primeiro bimestre, com 453 confirmações. Atualmente, segundo o último balanço, o número de casos chega a 459. Para que a epidemia seja decretada, é preciso chegar a 712 registros.

Ações

Para tentar conter o avanço da dengue, e também de outras doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, como zika vírus e febre chikungunya, prefeituras e governos estadual e federal têm intensificado as ações.

Em São José, segundo a prefeitura, são realizados trabalhos diários de bloqueios, nebulização, aplicação de larvicida, distribuição de material educativo e recolhimento de possíveis criadouros, além das vistorias de casa em casa feitas pelos agentes de endemia.

Em Taubaté, a prefeitura alegou que desenvolve 19 diferentes ações para combater o mosquito. Entre elas destacam-se as operações de cata-treco, de nebulização, de bloqueio, os mutirões, além das ações de conscientização.

Já a Secretaria de Saúde do Estado informou que auxilia os municípios por meio dos agentes da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias), que realizam trabalhos como nebulização e capacita-ção profissional, além de campanhas de conscientização.

O Estado também implantou esse mês o reforço financeiro, de R$ 120, para agentes que atuarem aos sábados. As informações são do Jornal O Vale.

USP faz teste para diagnosticar zika

Pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) desenvolveram um teste diagnóstico do vírus zika que vai facilitar os estudos da doença e de sua possível relação com a microcefalia. Caso a eficácia do método seja validada por outras instituições, os cientistas pretendem oferecer a técnica para a rede pública de saúde.

O teste, do tipo sorológico, usa método que acusa se o paciente teve a doença mesmo após a fase aguda dos sintomas, por meio da busca dos anticorpos específicos para o vírus. O exame foi desenvolvido por cientistas da Rede Zika, força-tarefa de especialistas criada no fim de 2015 com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Atualmente, a maior parte dos laboratórios públicos tem feito o diagnóstico da doença por meio do exame PCR, que tem a limitação de detectar o zika somente no período de sintomas. Isso impossibilita, por exemplo, que a mãe de um bebê com microcefalia saiba se foi infectada pelo vírus no primeiro trimestre da gestação.

"Esse teste vai ajudar a esclarecer a relação entre a infecção pelo vírus e a microcefalia, indicando quantas dessas mães tiveram a doença e se há anticorpos contra o vírus nos bebês microcefálicos. Além disso, vai nos dar uma noção do verdadeiro tamanho da epidemia e de como o vírus está se espalhando pelo País", disse à agência Fapesp Edison Luiz Durigon, um dos três pesquisadores responsáveis pelo desenvolvimento do teste. Participaram da descoberta ainda Luís Carlos de Souza Ferreira e o coordenador da Rede Zika, Paolo Zanotto.

Segundo comunicado do ICB-USP, os reagentes necessários para a realização do teste "estão em produção emergencial e serão distribuídos gratuitamente para centros de pesquisa da Rede Zika e demais laboratórios científicos do País". O ICB informou ainda que está em negociação com o Instituto Butantã para que ele produza o kit diagnóstico em larga escala e o distribua para hospitais e bancos de sangue. O Butantã confirmou a parceria, mas disse que os detalhes do processo de produção ainda estão sendo definidos.

Custo

Atualmente, pacientes interessados em se submeter a um teste de anticorpos para o vírus zika só encontram o exame na rede privada, a um custo médio de R$ 1 mil, e a análise é feita fora do País. No mês passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu registro a dois testes sorológicos - o da empresa Euroimmun, que detecta zika, chikungunya e dengue no mesmo exame, e um teste rápido para zika, da Biocan Diagnostics. Os dois estão em processo de aquisição pelos laboratórios brasileiros. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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